O Instituto Guaicuy informou que os moradores de Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto, se tornaram alvo de uma Ação Judicial movida pela empresa Vale que visa impedir que a comunidade realize manifestações em determinados locais. Segundo o Instituto, “o pedido da empresa foi rejeitado pela Juíza da 1ª Vara Cível da Comarca de Ouro Preto, mas a Vale recorreu e conseguiu uma decisão liminar, portanto provisória, que proibe manifestações no acesso direto à entrada da Mina Timbopeba, na Rodovia MG 129, no trevo do distrito de Bento Rodrigues e nas proximidades da Mina”. O Instituto Guaicuy é uma entidade não governamental que promove ações socioambientais e realiza assessoria técnica independente em comunidades atingidas pelos desastres das barragens das mineradoras.
Na referida Ação Judicial, como várias pessoas da comunidade foram citadas, a Federação das Associações de Moradores de Ouro Preto, FAMOP, encaminhou ofício à Assessoria das Comissões de Ouro Preto, solicitando à Comissão de Direitos Humanos e ao Comitê de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Ouro Preto solicitando que se “promova em regime de máxima urgência uma oitiva com os moradores do distrito de Antônio Pereira, visando esclarecer as ações de intimidação da empresa Vale em relação aos atingidos pela mineração naquela localidade”.
RESPOSTA DA VALE
“A Vale respeita a livre manifestação, desde que observado o direito de ir e vir e a propriedade privada. A empresa não tem medido esforços para garantir que as pessoas impactadas pelas evacuações em Antônio Pereira sejam integralmente reparadas, de forma justa e célere.”
Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto
Foto: Entrada da Mina de Timbopeba/Arquivo/Marcelino de Castro