Governo federal estuda a aplicação da tecnologia em programas sociais


Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) resultou em uma startup que foi destaque recentemente em agenda no Palácio do Planalto, em Brasília, por sua proposta de geração de energia limpa utilizando resíduos orgânicos. A empresa Centro Sustentável de Tratamento de Resíduos (CSTR), criada a partir de estudos do Laboratório de Química Industrial da UFOP, foi contemplada com um investimento de R$ 4,5 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) por meio do edital InovaDoc e pode se tornar modelo para programas em escala nacional.

A iniciativa despertou o interesse do Governo Federal, que estuda a aplicação da tecnologia em programas sociais. A proposta é utilizar os biodigestores nas Cozinhas Solidárias, projeto vinculado ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. A cozinha-piloto será implantada em Ananindeua (PA), como parte das ações em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.

O professor da UFOP Bruno Eduardo Baeta, fundador da CSTR, explica que o projeto começou com pesquisas voltadas à valorização de resíduos orgânicos. Ao longo de mais de 20 anos de estudo, surgiu a possibilidade de usar o biodigestor como ferramenta no processo de transição energética, utilizando resíduos orgânicos para gerar biogás, substituindo o gás de cozinha convencional.

Em visita a Ouro Preto na terça (10), a comitiva do Governo Federal responsável pelo acompanhamento do projeto cumpriu uma série de atividades no município. Os representantes foram recebidos pela manhã na Reitoria da Universidade e visitaram a Escola Municipal Monsenhor João Castilho Barbosa, onde acompanharam uma vivência pedagógica com o uso do biodigestor. Em seguida, conheceram o Centro de Referência e Pesquisa em Biodigestores, no laboratório do Departamento de Química Industrial. No período da tarde, a agenda seguiu em Cachoeira do Campo, onde os visitantes conheceram as instalações da CSTR e participaram de uma visita técnica às plantas-piloto da empresa. 

Representando a Secretaria-Geral da Presidência da República como coordenadora de Projetos da Coordenação-Geral de Articulação de Políticas Públicas, Andreia Amorim Dias explicou que a parceria com a UFOP e a CSTR foi fundamental para o avanço da proposta. “A cozinha pioneira que vai levar o biodigestor será a de Ananindeua, como uma forma de mostrar ao mundo essa sustentabilidade. Nosso objetivo é ampliar essa tecnologia para outras cozinhas do país e, quem sabe, além dele, contribuindo para a transição energética e a redução do uso do gás convencional”, afirma.

Fonte: Assessoria Ufop

Foto: Samira Silva