Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto

Mais uma vez, os servidores da Educação se reúnem nas portas da Superintendência Regional de Ensino de Ouro Preto, na Rua Direita, para protestar contra a política salarial do Governo do Estado. O ato aconteceu nesta segunda-feira, 14, pela manhã.

A coordenadora do SindUte Ouro Preto, Rosane Oliveira Gonçalves, esclarece que os servidores estão reivindicando uma recomposição salarial de 33%, mas o Estado propõe reajuste de apenas 10,06%, desconsiderando as perdas anteriores. Hoje, o salário-base do professor em Minas é de R$2.134,00 enquanto o Piso salarial aprovado é de R$3.835,00. Rosane destaca que a luta é por “melhorias para todas as carreiras da Educação”, o que inclui o que ela chama de “elo mais frágil dessa corrente’, que são os Auxiliares de Serviços de Educação Básica (ASB), que que recebem R$890,00, menos de um salário mínimo. Rosane explica ainda que o Piso Nacional aprovado é garantido por duas leis, uma federal outra estadual, mas o governador Romeu Zema se nega a cumpri-las: “É um fora-da-lei”, diz a coordenadora.

O vereador Matheus Pacheco, que também é professor, compareceu ao ato na porta da SRE Ouro Preto e se manifestou contrário às políticas públicas do Governo do Estado: “Este governo não olha para a Educação, o governador Romeu Zema não sabe falar de Educação e vira as costas para a nossa categoria”. Para o vereador, a luta do SindUTE e de todos os profissionais da Educação é uma luta justa, pois o “o governador Romeu Zema sempre usa as redes sociais e a mídia para dizer que arrumou a casa, mas ele apenas enviou um projeto de renegociação fiscal para a Assembleia, e isso não é arrumar a casa”. Relembrando que “os servidores da rede estadual estão com os salários congelados e não tiveram sequer um centavo de aumento desde 2016”, Matheus alerta que, caso a proposta de renegociação fiscal encaminhada à Assembleia seja aprovada, “serão mais 9 anos sem aumento, sem reajuste, sem nada”.

Na semana passada, Zema anunciou que o aumento de 10,06% seria retroativo a partir de janeiro deste ano para trabalhadores da educação, segurança e saúde, porém, o argumento não convenceu os servidores. Em todo o Estado, as três categorias do funcionalismo público mineiro articulam paralisações para pressionar o governador. Nesta quarta-feira, dia 16, o SindUTE BH deverá realizar nova Assembleia em Belo Horizonte.

Foto: Manifestação na Rua Direita/ Victor Stutz/diário de Ouro Preto