Ouro Preto –  A Saneouro solicitou em dezembro de 2021 pedido de licença ambiental para instalação de uma EPAR (Estação Produtora de Água de Reuso), para tratar 100% do esgoto coletado na sede, o que corresponde a cerca de 40% do esgoto coletado em todo o município. Será construída em duas fases e ao final da segunda fase terá capacidade de tratar 125 litros de esgoto por segundo. Valor total das duas etapas, incluindo interceptores e estações elevatórias de esgoto: R$ 40 milhões.

A onda de calor evidenciou a necessidade da coleta adequada e do tratamento do esgoto, especialmente da sede do município, em que em diversas ruas são encontradas redes de esgoto lançadas em rede de água pluvial. A destinação correta evitaria o mau cheiro em muitos bairros da cidade, como o Antônio Dias, por exemplo.

Ainda quando era capital, Ouro Preto teve uma estação de tratamento de esgoto em funcionamento, instalada por volta de 1880. As ruínas estão localizadas no Beco da Mãe Chica, na Barra. A estação de tratamento do século XIX é considerada o primeiro plano de saneamento sob moldes da engenharia moderna. 

A Secretaria de Meio Ambiente do Estado, SEMAD foi procurada para se posicionar sobre a demora em analisar o processo de instalação da EPAR e emitir parecer favorável ou contrário ao projeto protocolado em 2021.

O tratamento do esgoto é uma das tarefas que a Saneouro é obrigada a cumprir por contrato. Nos dias 23 e 25 de maio de 2022, chegaram a Ouro Preto os primeiros equipamentos para a EPAR, como tanque de hipoclorito, tubulações, conexões, suportes, difusores de ar, bombas diafragmas e comportas que irão compor o sistema hidromecânico da unidade.

O processo na  Superintendência Regional de de Meio Ambiente tem o protocolo nº 6423/2021, datado de 22/12/2021. Mas apesar de completar 2 anos este mês, ainda não houve retorno. 

A Epar devolve o efluente tratado (água resultante do processo de tratamento) será lançado no Rio Funil, que hoje recebe o esgoto in natura. Atualmente, Ouro Preto tem 0,67% do esgoto tratado na única ETE do município, localizada no distrito de São Bartolomeu.

Desde que iniciou as operações em Ouro Preto, a Saneouro já promoveu melhorias civis, elétricas, aquisição e instalação de equipamentos reservas na ETE São Bartolomeu. Também plantou 500 mudas de árvores formando uma cortina arbórea em seu entorno. Além da revegetação, a ação ajuda a inibir o possível mau cheiro que pode surgir da operação.  Foram escolhidas mudas de sabiá mirim (conhecida como Esponjinha) e de eucalipto citriodora.

Saiba mais – O que é a Epar (em comparação à ETE). A diferença é que na ETE você lança o efluente todo nos rios. Na Epar, você usa parte do efluente. Exemplos possíveis de reuso:

A água usada para transportar os dejetos gerados pela população chega na Epar, que é uma estação de tratamento de esgotos, dotada de tecnologia que transforma em efluente tratado para lançamento no corpo d’água. Além disso, esse efluente terá padrões para diferentes usos, o que o transforma em água de reuso que será reutilizada para combate a incêndio, lavagem de rua, “mata pó”, como também nas atividades rotineiras de operação da própria Epar. 

Essa é uma alternativa sustentável de reutilização do recurso hídrico para reduzir a quantidade de esgoto lançada nos rios e lagos, protegendo os nossos mananciais e oferecendo uma melhoria na qualidade de vida da população, com foco na saúde pública, por exemplo.

Por Marcelino de Castro