Ouro Preto – A estrada de ligação entre o distrito de Antônio Pereira e a sede do município terá as obras lançadas amanhã, às 10 horas, no morro São João, em frente ao condomínio Campo Grande, com a presença do prefeito Angelo Oswaldo e representantes da Samarco. Uma das propostas é a realização de calçamento com blocos feitos de rejeitos da mineração.

O projeto de pavimentação da estrada da Purificação ou OP-10, é a condicionante 57, da Licença de Operação Corretiva da Samarco e tem como objetivo realizar um estudo de viabilidade, elaboração de projeto e para executar o calçamento para a reativação da estrada municipal Ouro Preto-Antônio Pereira no trecho que se inicia na serra de Ouro Preto, no Morro São João, e termina na MG-129. Distrito que passará a ter acesso direto até a sede, cerca de 8 km, no lugar de percorrer quase 30 km no caminho que, obrigatoriamente, passa por Mariana. 

O prefeito Angelo Oswaldo explicou que a pavimentação entre Ouro Preto e a sede do distrito de Antônio Pereira “vem acabar com esse verdadeiro Apartheid, que existia entre a cidade e o distrito”. Ele explica que Antônio Pereira é o distrito mais próximo de Ouro Preto, mas ficou alijado, pela falta de acesso, obrigando que seus moradores tenham que passar por Mariana, deixando o percurso maior.


Segundo o prefeito, devido ao grande número de veículos que trafegam na MG 129, se gasta quase uma hora de viagem entre Ouro Preto e o distrito. “Então trata-se de uma conquista histórica que vai revolucionar as relações entre Antônio Pereira e Ouro Preto, será uma estrada para veículos de menor porte, carros, vans e caminhonetes, sendo a estrutura viária de Ouro Preto, seja no morro São João, no Morro Santana e no São Sebastião, não comporta o fluxo de veículos pesados, sobretudo de caminhões. É uma estrada que vem atender especialmente os veículos de menor porte, mas que garante essa ligação tão sonhada, este estreitamento de relações diretas entre Antônio Pereira e Ouro Preto.”

Angelo Oswaldo frisou que é uma grande conquista, que chega a partir de uma compensação da Samarco para o retorno de suas operações, que escolheu a data do dia 13 de maio para lançar a obra, “para que possamos comemorar essa abolição, dos obstáculos que existiam entre Antônio Pereira e Ouro Preto, nós estamos livre agora para um contato mais estreito. Ao mesmo tempo, 13 de maio é um dia é religiosamente um dia consagrado à virgem Maria e nós estamos também abrindo as comemorações do tricentenário das  aparições na lapa de Antônio Pereira, Nossa Senhora da Conceição da lapa do pereira é uma devoção muito forte em Ouro Preto e na região, a cada 15 de agosto milhares de pessoas acorrem à lapa do Pereira, essa estrada faz parte de todo esse processo histórico, tanto assim que ela se chamou originalmente estrada da Purificação, por meio dela os romeiros alcançavam a famosa gruta de Antônio Pereira”, explicou Angelo Oswaldo. 

Em fevereiro, durante o lançamento do PADE, Plano de Apoio à Diversificação Econômica de Ouro Preto, na Associação Comercial, o analista de Relações Institucionais da Samarco, Guilherme Louzada, conversou com o Diário de Ouro Preto sobre as obras da estrada conhecida com OP-10, que liga Ouro Preto ao distrito de Antônio Pereira.

Guilherme Louzada contou que, em razão dos trabalhos envolverem territórios de dois municípios, Ouro Preto e Mariana, a Samarco dialogou com as duas prefeituras para definir “uma alternativa de desenho para a estrada”. Especulou-se que as obras utilizariam pavimento produzido a partir de rejeitos da mineração, porém, de acordo com ele, isso ainda não foi definido, pois há uma série de fatores que estão sendo considerados sobre o calçamento, “respeitando as questões arqueológicas, patrimoniais e ambientais que precisam ser observadas, e ainda não conseguimos chegar a um acordo sobre isso”.

A Samarco retomou de forma gradual suas atividades operacionais em Minas Gerais e no Espírito Santo, com 26% de sua capacidade produtiva, adotando novas tecnologias para disposição de rejeitos, empilhando a seco cerca de 80% do volume a ser gerado no beneficiamento do minério de ferro.

Em abril alcançou a produção acumulada de 10 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério, quando completou um ano e quatro meses da retomada gradual de suas operações nos complexos de Germano, em Minas Gerais, e Ubu, no Espírito Santo. A empresa, que opera com 26% de sua capacidade total encerrou 2021 com R$ 9 bilhões de faturamento e gerou mais R$ 1,1 bilhão em tributos nos estados onde atua, incluindo o montante gasto por fornecedores em compras para a companhia. Em 2021, o Ebitda gerencial ajustado da Samarco alcançou R$ 6,48 bilhões. 

Por Marcelino de Castro