É sabido que a ausência de políticas públicas e o abandono são as principais causas do aumento da população de animais de rua. Em Ouro Preto, no centro histórico, nos bairros, ou mesmo nos distritos, em todos os cantos do município o quadro é desolador. Nos últimos tempos, o cenário se agravou, talvez pela crise causada pela pandemia, que pode ter levado muitos donos de animais de estimação a se desfazerem de seus antigos amigos peludos.

A vice-prefeita de Ouro Preto Regina Braga se reuniu hoje, segunda-feira, 6, com os titulares das Pastas da Saúde, Glauciane Resende, e do Meio Ambiente, Chiquinho de Assis, para buscar soluções para o problema do grande número de animais abandonados e sofrendo pelas ruas. Ao término do encontro, algumas ações urgentes foram anunciadas, dentre elas, a reforma e ampliação do canil. Regina conta que será destinada a quantia de R$200 mil do Fundo Municipal para melhorias nas instalações da UVZ, Unidade de Controle de Zoonoses, situada na Rua Rio de Pedras, ao lado da antena do Morro São Sebastião. Também será aberto novo processo seletivo para contratação de mais um veterinário e viabilizar o serviço de plantão nos finais de semana, para atendimento de casos de urgência.

Considerando que a castração é a forma mais eficaz para controle populacional de animais, um processo licitatório para aquisição de um Castramóvel, um veículo equipado para realizar cirurgias itinerantes e gratuitas, já está em andamento. Enquanto isso, a Prefeitura deve solicitar ao CODAP, o Consórcio Público para Desenvolvimento do Paraopeba, que atende a cidade de Ouro Preto, uma proposta de novos mutirões para tentar zerar a enorme fila, que hoje já conta com 400 cães cadastrados por seus tutores e aguardando vaga para serem esterilizados.

A vice-prefeita e os secretários ainda encaminharam à Secretaria da Fazenda um pedido de estudo de viabilidade de criação de um projeto que proporcione, aos que adotarem e comprovarem cuidados aos animais, descontos no IPTU.

Para Luciana Salles, presidente do Instituto de Defesa dos Direitos dos Animais, IDDA, entidade que atua na região, algumas ações inéditas, finalmente, foram iniciadas, “e é essa articulação que nos dá essa esperança de que as coisas podem melhorar”.

Luciana, que por muito tempo tem cobrado envolvimento do governo municipal na causa, faz lembrar que Ouro Preto ainda precisa cumprir o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público, no qual o município se compromete a implementar um plano de políticas públicas voltado para a saúde animal, “e várias responsabilidades ainda seguem incompletas”, disse a presidente da ONG IDDA. Dentre as ações anunciadas, ela destaca a importância do Castramóvel municipal, mas afirma que “será preciso que haja profissionais qualificados em castração em massa para que de fato seja ferramenta ágil e útil”.

Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto

Foto:Divugação PMOP