Ouro Preto – Em sua terceira Reunião Extraordinária conjunta do Comusa/Codema,  realizada nesta terça-feira, 18/04, pela manhã de forma virtual, discutiram sobre a qualidade da água presente diariamente nas casas de milhares de ouro-pretanos em condições não vistas anteriormente na região. A Saneouro, empresa responsável pelo saneamento, atua na cidade há três anos, foi questionada sobre os serviços prestados, as tarifas e quais as medidas para solucionar o problema. Estavam presentes no encontro, alguns representantes de órgãos do município, como das secretarias de Obras, Saúde, Meio Ambiente, Câmara Municipal e membros da Universidade Federal de Ouro Preto.

De acordo com o relatório técnico realizado por Rafael Xavier Bastos, professor da Universidade Federal de Viçosa, o estudo sobre a qualidade nos sistemas de abastecimentos da cidade, mostram como resultado, o não cumprimento de exigências mínimas no tratamento da água e amostragem insuficiente que podem ser prejudiciais à saúde segundo ele. 

Ao ser questionado durante a reunião, o superintendente da Saneouro Evaristo Bellini, disse que o estudo traz adjetivos fortes e precisa ser mais discutido pois eles não foram procurados em nenhum momento para contribuírem com dados estatísticos. Segundo ele, a empresa está em um processo de melhorias e adequação da qualidade e realizaram futuramente a instalação de filtros, inauguração do poço no distrito de Santa Rita e monitoramento online. 

O relatório preocupa bastante a população, incluindo os conselheiros presentes na reunião que questionaram a química excessiva na água e a ausência da comprovação de melhorias. Evaristo conta que a equipe da Saneouro, tem enfrentado bastante dificuldade em obter apoio e acesso em determinadas residências, devido à grande onda de protestos da população contra os valores da tarifa de água e da implantação dos hidrômetros.

Ronaldo Guerra, vice-presidente do Comusa e do Codema, explica que a implementação da concessão privada do saneamento na cidade de Ouro Preto com um contrato de mais de 35 anos, foi uma decisão do ex-prefeito Júlio Pimenta, mas que nem todos os órgãos do município concordaram com a ação. Segundo ele, a empresa anterior “Semae”, tinha problemas semelhantes, mas a falta de investimentos eram frequentes e precisavam de ordenamento da atividade, mas ainda assim não consistia em tarifas exorbitantes e a qualidade da água era melhor do que a fornecida pela empresa Saneouro.

Por: Samuel Ribeiro