Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto

Na Assembleia Geral Extraordinária realizada nesta terça-feira,  26 de outubro, na sede do SINDSFOP, os servidores da Educação de Ouro Preto votaram pela manutenção parcial com encerramento gradual da greve sanitária.

A decisão ocorreu em função dos relatórios emitidos pela Vigilância Sanitária que indicam problemas graves nos imóveis que abrigam as escolas e creches do Município. São danos que colocam em risco a segurança e a saúde dos usuários, alunos e educadores e, com isso, as aulas presenciais vão recomeçar apenas nos prédios que estão em boas condições. Por enquanto, estes não são muitos, mas as atividades serão retomadas gradualmente, na medida em que cada escola tiver os problemas apontados nos relatórios sanados pela Prefeitura.

Para o advogado do Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos Municipais de Ouro Preto, Junior Ananias, a decisão foi bastante coerente: “Até agora, toda a responsabilidade havia sido transferida somente aos professores, aos profissionais da Educação e ao Sindicato. Mas, foi o Município que deixou de providenciar as adequações necessárias que possibilitassem, agora, um retorno seguro às aulas em todos os estabelecimentos”.

Leandro Andrade Cardoso, presidente do SINDSFOP, explicou que, ao contrário do que muitos pensam, os servidores da Educação não deixaram de trabalhar durante a greve sanitária: “Isso não acontece e nunca aconteceu. Professores, pedagogos, monitores, cuidadores, todos continuam atendendo remotamente os alunos diariamente, muitas vezes, com carga horária maior do que aquela que eles cumpriam antes da pandemia. Os funcionários administrativos e dos demais setores, aqueles que exercem funções em secretarias, cozinha, limpeza, estes também continuam trabalhando em regime de escala.”

O presidente explicou ainda que o objetivo principal da greve é melhorar as condições da educação pública em nosso município e a estrutura das escolas, para garantir que o retorno presencial aconteça com qualidade e segurança.

Com isso, mesmo o Governo de Minas tendo determinado que, a partir de 3 de novembro, o retorno às aulas presenciais não é mais facultativo nas redes públicas e privadas de ensino do estado, em Ouro Preto, diversas escolas e creches permanecerão fechadas. E não somente em razão da pandemia, mas principalmente por causa da situação precária dos imóveis onde os estabelecimentos de ensino estão instalados. E, assim que as obras e benfeitorias necessárias forem realizadas, as atividades normais serão gradualmente retomadas.

ÁUDIO – Mensagem à população sobre a  manutenção parcial com encerramento gradual da greve sanitária   – Leandro Andrade Cardoso, presidente do Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos Municipais de Ouro Preto – Sindsfop

Foto: Israel Marinho – Comunicação Sindsfop