Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto

Uma reunião de emergência foi realizada neste sábado, 19 de fevereiro, em Santo Antônio do Salto, distrito de Ouro Preto, um dos mais castigados pelas chuvas do início do ano. O encontro, promovido pelos moradores, contou com a presença do secretário de Obras Antônio Simões Neto, e do secretário Adjunto de Obras Valter Sacramento Fagundes. Os vereadores Geovanni Mapa, Mercinho e Luciano Barbosa, que integram a Comissão formada pela Câmara de Ouro Preto para acompanhar a situação das rodovias de acesso prejudicadas pelas chuvas, também participaram, além do vereador Júlio Gori.

No Salto, a população, inconformada com a situação caótica de suas estradas, cobrou da Prefeitura uma definição para os problemas de mobilidade que atingem os moradores locais, sobretudo para o transporte coletivo, pois o distrito não está sendo atendido por linhas de ônibus há quase dois meses. Por determinação da Defesa Civil, a via principal que leva ao Salto só permite o acesso de micro-ônibus. Segundo a Rota Real, responsável pelo transporte público na região, no contrato vigente com a Prefeitura não consta o fornecimento deste serviço, e a empresa alega ainda que nem possui em sua frota um veículo preparado para operar com segurança em estradas de terra como a do Salto.

Com isso, em situações de urgência, resta aos habitantes do Salto recorrer a carros de aluguel que cobram em média R$200 reais uma corrida até a sede do município de Ouro Preto, e poucos possuem recursos para isso. Com a via principal interditada parcialmente pela Defesa Civil, caminhos alternativos têm sido utilizados, porém, estes são ainda mais precários, e costumam ser usados apenas por automóveis pequenos, preferencialmente, aqueles com tração nas 4 rodas.

A estrada principal de acesso ao Salto foi construída pela antiga ALCAN para atender as usinas que hoje são geridas pela empresa Maynart e, como foram as infiltrações no canal de água da empresa que agravaram as consequências das chuvas, isolando o distrito, os moradores locais querem agora que a CEI Maynart forneça os micro-ônibus para atender o trecho que leva ao trevo de Santa Rita. A partir dali, os veículos da Rota Real completariam o percurso até a sede. Porém, nada ficou decidido porque a empresa, que opera no setor energético, não enviou um representante para participar da reunião.

TRANSBORDAMENTOS DA BARRAGEM DA MAYNART É ROTINA NO SALTO

No encontro de sábado, outros assuntos que envolvem as enchentes provocadas pela barragem que atende as usinas da CEI Maynart também foram discutidos. Foi relatado que, sempre que as comportas da barragem da empresa são abertas em razão de alto volume de água, casas são inundadas e, segundo os moradores locais, esta é uma rotina de décadas para muitas famílias de Santo Antônio do Salto.

O vereador Geovanni Mapa explica que uma reunião deverá ser agendada com a CEI Maynart para tratar de um plano emergencial que contemple ações de informação junto à comunidade, além de treinamento e capacitação das pessoas em situações de emergência. Geovanni lembrou que a Prefeitura de Mariana está apoiando a população de seu município, negociando indenizações para suas comunidades afetadas: “Fiquei sabendo disso por intermédio de um documento que nos foi encaminhado pelo prefeito Juliano Duarte e, por similaridade, acredito que o Salto também tenha este direito”, afirma o vereador.

Foto: Reunião em Santo Antônio do Salto, distrito de Ouro Preto – Por: assessoria do vereador Geovanni Mapa