Representantes da FAMOP na Comissão que avalia o saneamento básico em Ouro Preto questionam a opinião manifestada recentemente pelo coordenador do grupo, Adriano Gonçalves, que atua na área de orçamento e contratos da Procuradoria Geral do Município.
Em matéria recente publicada por um informativo online, o coordenador dos trabalhos de estudo das alternativas para a prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário disse que a remunicipalização dos serviços seria uma medida “insana”.
No entanto, os representantes da Federação das Associações dos Moradores de Ouro Preto no Grupo, constituído pelo Decreto 6.332 de 27 de dezembro de 2021, garantem que a conclusão dos trabalhos é outra, e que a remunicipalização é, certamente, uma solução viável. Segundo eles, “um modelo de gestão pública municipal” é o mais indicado para “conduzir a tarifas mais módicas” para a população.
Se a retomada do serviço pelo poder concedente implica em indenização à empresa concessionária, os valores relatados na matéria publicada em 12 de setembro na internet não batem com os valores apresentados pela Saneouro em reunião remota com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (CODEMA) e o Conselho Municipal de Saneamento (COMUSA).
Foi escrito que a encampação superaria a quantia de R$150 milhões, e que a Saneouro já teria aplicado R$89 milhões em investimentos e custos de operação. No entanto, na reunião de 11/08 com o CODEMA e o COMUSA, a Saneouro informou que a empresa havia investido, até aquele momento, algo em torno de R$38 milhões nos sistemas de saneamento básico municipal.
O representante da FAMOP Eduardo Evangelista Ferreira, o Du, vem pedindo também que as informações prestadas pela empresa sejam auditadas e que haja fiscalização dos serviços executados pela concessionária: “É importante acompanhar os serviços que estão sendo executados, as obras que a Saneouro está executando, saber por onde ela está passando as redes, e não tem ninguém fazendo isso”, disse ele, lembrando também que, futuramente, todas essas informações poderão ser fundamentais na remunicipalização. Victor Stutz, para o Diário de Ouro Preto