Ouro Preto – Declarado de Utilidade Pública para ser utilizado como sede do Museu do Judiciário, com o ato publicado no diário oficial do Estado, “O Minas Gerais”, o decreto Nº 530, de 6 de novembro de 2023, desapropriando o imóvel, a notícia pegou a família de surpresa. Até junho as tratativas do Tribunal de Justiça de Minas Gerais eram para que o Museu fosse instalado no prédio do antigo Fórum, na praça Reinaldo Alves de Brito.
Após 13 anos de espera, em setembro foi emitido o alvará de reforma com restauração sem acréscimo, pela prefeitura de Ouro Preto para a obra de restauro do Casarão do Inconfidente Tenente Coronel Francisco de Paula Freire. Obras de restauro simplificado foram feitas com a aprovação do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
De acordo com o proprietário, Reinaldo Donizete Alves Pereira, o telhado estava podre e precisou ser todo refeito, pois estava desabando, por isso, a casa ficou coberta com uma estrutura provisória de metalon galvanizado. As estruturas foram reforçadas, “a casa foi aprumada , ela estava toda desalinhada , foi uma luta”, desabafou.
O casarão está sendo restaurado com técnicas da época, como pau-a-pique e esteiras. As obras estavam paradas esperando o alvará emitido em 22 de setembro de 2023. Segundo Reinaldo Alves o imóvel foi adquirido para ser a residência da família e que a medida tomada pelo governador em exercício, o presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho foi uma surpresa, pois o Museu estava previsto para o antigo Fórum.
O proprietário não foi notificado da decisão. Para Reinaldo Alves morar na casa é um projeto que trabalha há 13 anos, e que muitos esforços foram feitos para preservar o imóvel, que está com sua cobertura e estrutura refeitas.“Agora que saiu o alvará para concluirmos a restauração veio essa medida”, lamentou.
A convite do proprietário, visitamos ontem o imovel. De acordo com Reinaldo, a casa tem IPTU em dia e as contas da Saneouro também.
Por Marcelino de Castro
