O movimento Marias das Minas, composto por movimentos feministas da Região dos Inconfidentes, Minas Gerais, se reunirá em Ouro Preto (08/03 às 8:30 na Praça Tiradentes) para se manifestar no Dia Internacional de Luta das Mulheres contra a exploração trabalhista, a violência de gênero e a destruição ambiental causada pela mineração. As ativistas denunciam a precarização do trabalho, com baixos salários, assédio e jornadas exaustivas, além do aumento da prostituição e da exploração sexual de mulheres e crianças em áreas mineradoras, como os Distritos de Antônio Pereira, Miguel Burnier e a localidade de Botafogo, recentemente autorizada pela Prefeitura Municipal de Ouro Preto.
Elas exigem a revogação das reformas trabalhista e previdenciária, o fim da escala 6×1, que sobrecarrega especialmente mulheres negras, mães solo e LGBTQIAP+, e a ampliação de investimentos em saúde e educação, criticando o Arcabouço Fiscal.
A luta contra a violência de gênero também é prioridade. O movimento denuncia o alto índice de violência doméstica nas cidades de Ouro Preto e Mariana, sendo a última uma das cidades com mais casos em Minas Gerais, e exigem o funcionamento em regime de 24h da Delegacia da Mulher, conquistada pela luta dos movimentos feministas de Ouro Preto, como a União Brasileira de Mulheres.
As ativistas seguem mobilizadas contra a PEC 164/2012, reafirmando que “criança não é mãe, estuprador não é pai”, na defesa do aborto legal e seguro.
As Marias das Minas também apoiam a resistência indígena, como a luta dos Borum Kren pela demarcação de terras, e defendem um modelo sustentável de mineração, com respeito às comunidades e ao meio ambiente.
Contra a extrema direita e a impunidade de golpistas, criticam os governos estadual e municipal que favorecem privatizações, como a concessão Municipal da Saneouro.
No 8 de março, reafirmam a data como Dia Internacional de Luta das Mulheres, e convidam as mulheres para um café da manhã coletivo que será realizado no ato a partir das 8:30 do dia 8 de Março na Praça Tiradentes em Ouro Preto.
Fonte: Maria de Minas